11 de novembro de 2012

Hoje na HIStória: Michael lançava o single "Black or White"


"Black or White" foi lançado como single em 11 de Novembro de 1991, para o seu oitavo álbum em carreira solo, Dangerous, de 1991. É uma mistura de hard rock com dance e rap. 

É o single mais vendido e bem sucedido da década de 1990, bem como o que mais permaneceu em primeiro lugar. A música foi escrita por Jackson, com exceção do rap que intercala a canção, promove a unidade racial; a canção ficou em primeiro lugar em mais de 18 países, tornando-se o segundo maior sucesso do cantor, atrás somente de "Billie Jean". Alcançou o topo da Billboard Hot 100, dos EUA, onde permaneceu por dez semanas consecutivas.


Black or White surgiu como uma espécie de resposta.

A cada dia, a cor da pele de Michael era cada vez mais questionada pela imprensa do mundo todo, fato que iniciou-se desde a era Bad. Mas dessa vez, Michael estava cada vez mais branco. Boatos de que ele teria mudado a cor de sua pele propositalmente por meio de um tratamento intensivo com hidroquinona varreram o mundo. Essa era a primeira "excentricidade" de Michael Jackson, assim noticiava os jornais. 

Entretanto, o que ninguém sábia, era que na verdade, o astro sofria de vitiligo, uma doença auto-imune na qual ocorre a destruição total (ou parcial) dos melanócitos. Durante anos Michael tentou esconder o caso usando uma maquiagem escura, da cor que era sua pele antes da doença. Segundo Michael, os primeiros sinais de que sua pele estava ficando mais clara apareceram em 1979 e foram descobertos por seu dermatologista. Seu pai o alertou para o fato, pois a doença já havia se manifestado em um tio seu, o qual não havia tratado e consequentemente teria ficado parcialmente branco. 

Ele afirmou ainda que teve pouco tempo para tratar o problema devido a promoção do seu álbum Off the Wall. Michael só assumiria publicamente que sofria de vitiligo numa entrevista concebida a Oprah Winfrey em 1993, dois anos após o lançamento dessa música. A doença até então era parcialmente desconhecida pelo mundo todo, sendo Michael o maior divulgador da doença. 

"Poucas pessoas, que nao são do ramo médico e que tem a doença, ouviram o termo vitiligo até Michael Jackson revelar nos anos 90 que a disordem de pele era a culpada de deixá-lo branco." Lee Thomas, apresentador de programas de TV norte-americano.

Mas por incrível que pareça, ainda tem muita gente que realmente crê que MJ mudou a cor de sua pele propositalmente. E Black or White era uma resposta a essas pessoas. Cansado das polêmicas em torno disso, ele escreveu a música pretendendo acabar com o racismo de vez e criar uma unidade interracial. 

Black or White figura entre uma das canções mais polêmicas de Michael, primeiro devido a sua letra que soa como um desabafo e depois pelo seu videoclipe controverso. Polêmicas a parte, a música foi um sucesso nos quatro cantos do mundo.


Sinopse 

Os primeiros minutos do vídeo apresentam uma versão estendida da música que introduz Black or White, onde um jovem garoto, interpretado pelo então astro-mirim Macaulay Culkin, ouvia a música em alto volume, até ser reclamado por seu pai furioso (George Wendt), que exige que ele desligue o som. 

O garoto resolve passar por cima das ordens do pai e de luvas, óculos escuros e guitarra na mão, toca poucos acordes com o instrumento, que levado em alta potência, fazem os vidros da casa se quebrarem e manda seu pai para a África. Lá ele encontra Michael, que começa a cantar a música, passando por vários lugares no mundo. 

No final do vídeo passam várias pessoas de várias raças se transformando uma na outra através do efeito morfo, inédito na época. Terminada a canção, uma pantera sai dos estúdios. Depois disso a pantera se transforma em Jackson. Segue uma sequência passada em um beco escuro de Nova York, onde Michael realiza alguns passos complexos de dança e destrói mensagens racistas pichadas num carro e nas ruas. 

Por fim, ele vira novamente uma pantera e foge. No final mostra o Personagem Bart dos Simpsons como fâ de Michael Jackson assistindo o clipe.


Polêmica

O videoclipe foi exibido simultaneamente nos canais MTV, BET, VH1 e FOX e em todo o resto do mundo. No Brasil o vídeo foi exibido no programa semanal Fantástico, da Rede Globo. Assim que o vídeo acabou, a reação foi a mesma em todos os cantos do mundo. Todos ficaram chocados com os quatro minutos finais do vídeo. Na sequência, Michael dançava até que em determinado momento ele quebra uma garrafa de vidro e em seguida estraçalha um carro parado na rua usando apenas um pé-de-cabra. Depois, ainda quebra algumas janelas e em um acesso de fúria rasga a própria roupa. 

O trecho foi considerado bastante violento e a polêmica novamente armada pela mídia fez Michael ir a público para pedir perdão pelo vídeo. Michael resolveu cortar os quatro minutos finais do vídeo, para os canais de TV. Em seu comunicado oficial ele afirmou:


"Entristece-me pensar que 'Black or White' poderia influenciar qualquer criança ou adulto a ter um comportamento destrutivo. Eu sempre tentei ser um bom exemplo e, portanto, fiz estas mudanças para evitar qualquer possibilidade de, inadvertidamente, afetar o comportamento de qualquer indivíduo."

Mesmo assim a versão sem cortes ainda foi exibida pela MTV americana entre 01:00 e 04:00 horas, entretanto, Michael determinou que a exibição fosse suspendida. 

Para fazer a violência exibida justificável, o vídeo foi alterado digitalmente e mensagens racistas foram adicionadas nas coisas quebradas pelo astro, como: "KKK manda" na vidraça da loja, "Hitler vive" na janela do carro, a suástica, "Não sentem seus traseiros molhados aqui" e "Negros (Nigger que refere-se ao sentido pejorativo da palavra) voltem para casa" no para-brisas, frases dita por racistas americanos na década de 1920 quando um negro sentava em uma cadeira de ônibus e quando desejava que os mesmos voltassem para a África.

Muitos ainda criticaram a forma como Michael se comporta no vídeo, acusando-o de expor sua sensualidade, principalmente na cena onde ele fecha o zíper da calça depois de fazer movimentos considerados obscenos na época, alguns interpretaram como um ato de masturbação.

Há também algumas homenagens a cultura pop americana, como na dança sobre o bueiro, onde Jackson homenageia a famosa cena de Marilyn Monroe no filme O Pecado Mora ao Lado, e também a cena onde ele sapateia sobre a calçada molhada, lembrando bastante as cenas de Gene Kelly no filme Cantando na Chuva. No final há uma referência a série animada de TV Os Simpsons, da qual Michael era fã assumido.


Após o lançamento da canção, em 1991, Michael performou a música na "Dangerous World Tour" (1992-93), na "HIStory World Tour" (1996-97) e performaria na "This Is It Tour" (2009-10). Além da suas turnês, Michael fazia questão de incluir a canção em programas, premiações e especiais em que ele ia.

Assista a performance especial de Michael, no show de celebração dos seus 30 anos de carreira no Madison Square Garden em 2001, com a participação especial de Slash.

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