30 de setembro de 2012

Crítica: Première de "Bad 25" no Festival do Rio

A estreia dos Midnight Movies foi o grande destaque do primeiro dia do Festival 2012: o genial documentário de Spike Lee para comemorar os 25 anos do antológico álbum BAD, de Michael Jackson, morto em Junho de 2009. O registro das gravações das canções e dos videoclipes, que MJ preferia chamar de curta metragens, entrevistas com profissionais diretamente envolvidos com o artista e muitas imagens de arquivos, algumas filmadas pelo próprio MJ e jamais vistas pelo público encantaram a audiência, que de pé o aplaudiu por longos minutos.

A própria montagem do material documental, que inicia com o depoimento do presidente da gravadora CBS, que recorda o quão desafiante foi produzir BAD, uma vez que era o trabalho de MJ imediatamente posterior ao icônico "Thriller", e seguindo analisando faixa a faixa na ordem em que aparecem no álbum, é uma aula de cinema. Vemos entrevistas como a de Martin Scorsese e Richard Price ("A Cor do Dinheiro"), respectivamente diretor e roteirista do vídeo clipe da faixa título do disco, considerado um dos melhores da história do pop music. Bem humorado, Scorsese arranca gargalhadas ao confessar que desconhecia o "passo forquilha", quase um sinônimo do estilo de dança de MJ, ou o porque de decidir usar a própria foto no cartaz de "Procurado Vivo ou Morto" que utilizou no cenário.

O perfeccionismo profissional de MJ impressiona, corroborado pelo depoimentos de Sheryl Crow e Siedah Garret, que trabalharam com o artista na gravação do disco e na "Bad World Tour", que teve mais de 120 apresentações em todos o mundo. Uma lista intermináveis de interessantíssimas curiosidades envolvidas no processo da produção do álbum irão agradar em cheio não apenas os fãs do rei do pop, mas qualquer amante da música em geral. Artistas contemporâneos, como Chris Brown, Kanye West, Cee Lo Green e Justin Bieber avaliam a influência de MJ no cenário musical atual e emocionam-se ao recordar como receberam a notícia de sua perda. Com ideais próprias em seus videoclipes baseados em sucessos da sétima arte como "West Side History", "O Terceiro Homem" ou os filmes de Bob Fosse e Buster Keaton, foi com imenso prazer que todos descobrimos que além de um gênio da música, Michael também era um cinéfilo apaixonado, como cada membro da emocionada plateia. Uma pérola! Aplausos mais do que merecidos. 

Nota: «««««
Comentários por Wilson Antonio

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