O grande hit de Michael Jackson “Black or White” surgiu como uma espécie de resposta. A mudança de cor da sua pele de Michael era a cada dia mais questionada pela imprensa e havia boatos de que ele teria mudado a cor de sua pele propositalmente através de um tratamento intensivo com hidroquinona. Para os jornais, essa era uma excentricidade de Michael. Entretanto, na verdade o astro sofria de vitiligo, uma doença na qual ocorre a destruição total (ou parcial) dos melanócitos.
Durante anos Michael tentou esconder o caso usando uma maquigem escura, da cor que era sua pele antes da doença. Os primeiros sinais de que sua pele estava ficando mais clara aparceram em 1979 e foram descobertos por seu dermatologista. O astro afirmou que teve pouco tempo para tratar o problema devido a promoção do seu álbum Off The Wall. Anteriormente a doença também se manifestou em um tio seu, o qual não tratou a doença e consequentemente ficou parcialmente branco.
Ainda hoje, muita gente realmente crê que Jackson mudou a cor de sua pele propositalmente, Black or White é uma resposta para as pessoas que acreditam nisso. Black or White figura entre uma das canções mais polêmicas de Michael, primeiro devido a sua letra que soa como um desabafo e depois pelo seu videoclipe controverso. O videoclipe tem a participação do então astro-mirim Macaulay Culkin, e faz menção a diversas culturas e raças, passando por vários lugares no mundo e no final passam pessoas de várias raças se transformando uma na outra através do “efeito morfo”, inédito na época. Nos EUA, o videoclipe foi exibido simultaneamente nos canais MTV, BET, VH1 e FOX e no Brasil o vídeo foi exibido no Fantástico, da Rede Globo.
Mas a parte mais polêmica vem após essa bela demonstração do “efeito morfo”, ao fim da música uma pantera sai dos estúdios. Depois disso a pantera se transforma em Michael, que por sua vez, realiza alguns passos complexos de dança em um beco escuro de Nova York. Até que em determinado momento ele quebra uma garrafa de vidro e em seguida estraçalha um carro parado na rua usando um pé-de-cabra. Depois ainda quebra algumas janelas e em um acesso de fúria rasga a própria roupa.
Assim que o vídeo acabou, todos ficaram chocados com estes minutos finais do vídeo. O trecho foi considerado muito violento e novamente a mídia transformou em uma polêmica sensacionalista, o que fez Michael ir a público para pedir perdão pelo vídeo.
Michael resolveu cortar os quatro minutos finais do vídeo, para os canais de TV. Em seu comunicado oficial ele afirmou:
"Entristece-me pensar que 'Black or White' poderia influenciar qualquer criança ou adulto a ter um comportamento destrutivo. Eu sempre tentei ser um bom exemplo e, portanto, fiz estas mudanças para evitar qualquer possibilidade de, inadvertidamente, afetar o comportamento de qualquer indivíduo."
Posteriormente, para fazer a violência exibida justificável, o vídeo foi alterado digitalmente e mensagens racistas foram adicionadas nas coisas quebradas pelo astro, como: "KKK rules!" (Ku Klux Klan manda!) na vidraça da loja, "Hitler vive" na janela do carro, a suástica, "Não sentem seus traseiros molhados aqui" e "Negros (nigger, que refere-se ao sentido pejorativo da palavra) voltem para casa" no parabrisas, frases ditas por racistas americanos na década de 1920 quando um negro sentava em uma cadeira de ônibus e quando desejava que os mesmos voltassem para a África.
Muitos ainda acusaram de expor sua sensualidade, principalmente na cena onde ele fecha o zíper da calça depois de fazer movimentos considerados obscenos na época, alguns interpretaram como um ato de masturbação.
Há também algumas homenagens a cultura pop americana, como na dança sobre o bueiro, onde Jackson homenageia a famosa cena de Marilyn Monroe e também a cena onde ele sapateia sobre a calçada molhada, lembrando as cenas de Gene Kelly no filme Cantando na Chuva. No final há uma referência a série animada de TV Os Simpsons, da qual Michael era fã assumido.
Michael só assumiria publicamente que sofria de vitiligo numa entrevista concebida a Oprah em 1993, dois anos após o lançamento da música. A doença até então era parcialmente desconhecida pelo mundo todo, sendo Jackson o maior divulgador da doença.
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